A Revista Veja do último dia 27 traz uma matéria inquietante, em sua página 94, entitulada: a mão ativa o cérebro.
Na matéria de Luís Guilherme Barrucho constatamos um fato que, a nós professores, muito incomoda.
Segundo o autor, na semana passada o estado de Indiana, nos Estados Unidos, desobrigou as escolas de ensinar a escrita cursiva e, recomendou a estas, que dediquem-se mais à "digitação em teclados de computador".
Será, então, o fim da escrita?
Nós que passamos parte de nosso tempo estudando o uso da tecnologia na educação do Brasil, vemos isso como um futuro ainda distante. Mas o que me perturbou, na referida matéria, é o fato de o autor afirmar que isto é uma prática já percebida de forma "acentuada" no Brasil.
Puxa vida! Se estamos destinando a tecnologia do lápis e caderno à falência, de forma tão acelerada, recorro aos colegas mestres e estudiosos a esclarecerem-me:
- Como promover uma educação digital se, muitos professores, ainda, resistem insistentemente em evitar o uso de recursos tecnológicos nas suas aulas?
- Como alfabetizar, por computador, aqueles alunos que sequer têm em casa o alimento do dia a dia?
- Como ensinar o aluno a pensar, a ler e, neste caso, a digitar, sem que tenha o computador? Ou seja, sem "o lápis" deste futuro tão anunciado?
E, enfim, como propiciar aos nossos "excluídos" da sociedade digital a oportunidade de mudarem o seus destinos sem o instrumento básico para sua aprendizagem?
Falar que "ter destreza no computador tornou-se um bem infinitamente mais valioso do que produzir uma boa letra" como foi dito pelo professor Mark Warschauer, da Universidade da Califórnia, não é o mesmo que excluir a necessidade de aprender a escrever. Mas pode ser interpretado por muitos dessa maneira.
Vamos cuidar para que os alunos sejam incluídos neste mundo computadorizado. Mesmo porque, a própria sociedade os obrigará a se inserirem nesta (nem tão nova) realidade.
Mas vamos também, e principalmente, garantir, a qualquer um, que aprenda a ler e escrever com a tecnologia que possuir.
Na opinião desta humilde professora, mesmo sendo o fato inevitável, conforme Barrucho preconiza no último parágrafo de sua matéria: "escrever a mão corre o risco de se tornar apenas mais um registro do passado guardado em arquivo digital" , garantir que o jovem escreva de próprio punho é uma forma também de garantir que ele possa integrar-se a esta nova forma de aprendizagem. Acho que a escrita é um passo anterior à digitação.
Para alcançarmos este futuro que apresenta-nos próximo, nós professores, precisaremos antes, compreender (e internalizar) que a "virtualização" da escrita é parte do processo educacional. E, conscientes disso, buscarmos, juntos, novas formas de educar, novas pedagogias de alfabetização digital, estudos sobre inclusão também neste aspecto, entre muitas, muitas outras questões que envolvem o processo de aquisição do conhecimento.
Um abraço!!
Dani Azevedo
Um comentário:
gostei muito de todos sao lindos parabens para todos da turma 32e o desenho da lorena e o mais lindo cheio de vida
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